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18 de Abril de 2024

Polêmica: “Nós vamos aí comer vocês”, diz desembargador a juízas em vídeo com Leonardo

Publicado por DR. ADEvogado
há 5 anos


Em um vídeo que circula nas redes sociais, o desembargador Jaime Machado Junior, do TJ/SC, aparece ao lado do cantor Leonardo e envia um “recado” a juízas. Após citar o nome das mulheres, ele diz: “nós vamos aí comer vocês”. E completa: “ele segura e eu como”.

Em resposta ao vídeo do magistrado, uma juíza gravou um vídeo em defesa do desembargador. Ela diz que são amigos há anos e não se importou com a brincadeira. "Qual é a desse povo? Era um vídeo só nosso que alguém, de bobagem, compartilhou aí com todo mundo. Estou numa boa, não tem problema nenhum."

Em nota, o Tribunal de Santa Catarina comunicou que tomou conhecimento dos fatos e, a partir de esclarecimentos, definirá as providências a serem adotadas.

Após o vazamento do vídeo, o magistrado respondeu dizendo que o vídeo não foi publicado e que tudo não passou de "brincadeira". "Se eventualmente ofendi alguém, ou se tiver uma outra interpretação, eu peço perdão. Quem me conhece sabe que sou irreverente e expansivo", disse.

Jaime Machado Junior também publicou nota dizendo que não teve a intenção de ofender as colegas nem as mulheres em geral:

"Na tarde de hoje fui surpreendido com a veiculação de um vídeo em que apareço ao lado do cantor Leonardo, em um encontro entre amigos, no qual faço comentários dirigidos a algumas colegas magistradas, com as quais possuo laços de amizade já de muitos anos. Inicialmente, quero esclarecer que em nenhum momento tive a intenção de ofender, menosprezar e mesmo agredir as minhas colegas, nem as mulheres em geral.

Reconheço que as colocações foram inadequadas, infelizes e que, de fato, acabam por reforçar uma cultura machista que ainda é latente em nossa sociedade. Assumo os meus erros e com eles procuro aprender. Espero que este episódio sirva de lição não só para mim, mas para todos os homens que tratam um assunto muito sério como se fosse brincadeira."

Cordialmente,

Jaime Machado Júnior, desembargador do TJSC

......

O Movimento Nacional de Mulheres do Ministério Público, que congrega em torno de 500 promotoras e procuradoras de todo o país, e a Associação Brasileira de Mulheres de Carreiras Jurídicas, com quase 3.000 associadas no Brasil, manifestaram repúdio às declarações do desembargador.

"Num país em que uma mulher é estuprada a cada 10 minutos, é inadmissível o comportamento sexista adotado pelo desembargador, que, ainda que em tom jocoso, expõe as magistradas destinatárias da mensagem como objetos sexuais e banaliza a conduta de violência sexual, atingindo todas as mulheres, reforçando uma cultura machista e misógina que, infelizmente, ainda insiste em violar os direitos mais basilares da população feminina diariamente."

O movimento e a associação afirmam que continuarão atentos, exigindo apuração dos fatos e tomada de providências.

Assista à reportagem:

(Fonte: Migalhas)

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24 Comentários

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As atividades jurídicas em geral, inclusive a advocacia, a cada dia se desmoralizam vertiginosamente. Por um lado, advogados analfabetos como eu, verdadeiros papagaios jurídicos: não leem, não estudam, não se informam em fontes fidedignas de comunicação (alguns inclusive se vangloriam de que detestam ler), mas ostentam uma "carteirinha da Ordem" que lhes conferem o direito de serem chamados de "dotô". Noutro viés, "magistrados" que não entendem porra nenhuma de justiça, afinal, são criados sem trabalhar, aos 16 anos vão à Europa, aos 17 aos EUA, aos 18 ganham um carro de 200 mil, e aos 25 viram justiceiros, sob o amparo de leis arcaicas voltadas para oprimir o miserável, e proteger o poderoso. Noutra ponta estão parasitas como esta e o político Moro, justiceiros que recebem mensalmente salários nababescos para justificar o mérito de serem "bem nascidos", cujos pais passaram a vida explorando a miséria alheia, e com o lucro comprando o tempo livre deles para passarem nos melhores concursos, uma vez aprovados, viram políticos justiceiros, parciais, ao sentenciarem analisam a cor do acusado, a origem dele, o sobrenome e o local onde mora, dependendo do perfil aferido, o acusado estará condenado pra o resto da sua vida. continuar lendo

A vida privada acabou? Uma brincadeira interna que não é, rigorosamente, da conta de ninguem salvo os envolvidos.

Está dificil. Estamos muito confusos. combatendo o pseudo desrespeito com o pseudo respeito. Ávidos por punir, punir, punir.....

Para onde estamos indo assim....? continuar lendo

Pergunte às centenas de condenados por este desembargador o que eles acham sobre este "punir, punir, punir". Lhe responderão algo sobre a equidade aplicada ILEGALMENTE em nossos tribunais, através de interpretações e decisões PESSOAIS e ARBITRÁRIAS, todos os dias, em seus casos.

Ademais, a vida privada não é o tema desta discussão. Não o principal. A misoginia, o machismo, estes sim. Contenha-se, caro: este não é nosso lugar de fala! continuar lendo

Prezado @mikaelschoanz, antes permita-me saudá-lo.
Evito as réplicas e tréplicas infindáveis, ainda que o debate seja salutar. Mas nas redes, amiúde, não há debates e sim uma competição verborrágica de ideias.

Ainda assim ocupei-me em razão do "contenha-se, caro" a meu ver descabido, não condizente com uma tribuna onde se pressupõe a atuação de operadores do Direito, cujo equilíbrio é ícone. E oposição saudável de ideias é equilíbrio. Não há oposição saudável quando o "cale-se!" se faz presente.

Jamais irei me conter na exposição do pensamento ao menos no quanto entendo ser razoável.

Penso que estamos, sim, com sangue nos olhos e não sei se isso é bom ou ruim. Com certeza não é sem razão. Provavelmente é fruto de um processo histórico e cultural, onde, de fato, ainda conservamos uma série de vícios e de visões distorcidas. Também um tanto de hipocrisia. Tudo isso permeado pelas relações de poder típicas da sociedade que construimos e precisamos estar em alerta (acho que você está e isso é ótimo, parabéns) para modificá-la no que precisa, sobretudo, no resguardo do respeito que por obrigação devemos dispensar ao nosso próximo, incondicionalmente.

Acredito que a questão fala sim da exposição da vida privada. Pois, ainda que repreensível, a atitude do magistrado (que inclusive pode estar a ferir a lei orgânica da magistratura), foi manifestada no ambito de um grupo de amigos, provavelmente dentro da convencionalidade deles ao longo dos anos de convívio. Houve, inclusive, a manifestação de uma das mulheres citadas no vídeo, em defesa do desembargador. O inconsequente desembargador não calculou que aquele registro poderia sair daquele meio privado. Mas isso não afasta o fato de que foi uma brincadeira infeliz entre amigos.

"Lugar de fala" é um conceito bastante fugidio porque não absorve a complexidade que é a manifestação do pensamento acerca do que quer que seja. Ademais traz a falaciosa ideia de que é a vítima quem tem a legitimidade para julgar o algoz. Funcionasse assim o nosso sistema punitivo, somente juízas mulheres julgariam maridos violentos. Não, não é esse o critério. Tanto juízas mulheres, como homens, poderão julgar. O critério é o da distribuição, ainda resguardadas as disposições de suspeição, conforme cada caso.

Talvez você acredite que assim devesse ser, apenas mulheres julgando tais casos. Somente juízes declaradamente homossexuais julgando casos em que se verifique cunho homofóbico. Somente magistrados negros julgando os casos de racismo.

Sinceramente, espero que nunca cheguemos nesse ponto para continuarmos a punir, punir, punir...

P.s. findo aqui manifestações sobre esse tópico. Lerei, com certeza a sua tréplica (caso haja), inclusive em respeito a sua liberdade de pensamento. Mas não virão respostas. Deixemos o registro ao leitores. Abraço. continuar lendo

Olha, não ia entrar nesta questão, pois essa polêmica é mais em relação a quem disse tal coisa ao invés de propriamente repúdio ao que foi dito. Se os pólos fossem invertidos (uma magistrada dizendo isto para magistrados), não aconteceria nada.

Mas o pior para mim é esse “lugar de fala”. Isso é tentativa de censura! Impressiona como se aceita passivamente uma forma implícita de opressão à liberdade alheia sem a mínima reflexão de que, ao contrário do que se imagina, estamos retroagindo. O senso crítico vem sendo minado em favor de um dirigismo ideológico e comportamental. A pessoa que se contém passa a ser um submisso útil — até a hora que for conveniente que o alvo seja ele. E a criminalização de quem foge aos ditames do autointitulado “lugar de fala” está batendo às portas. Em universidades, já houve casos de violência física contra quem ousou exercer suas liberdades constitucionalmente garantidas no “lugar de fala” — que NÃO existe!

Até agora, felizmente, o JusBrasil esteve livre disto. E espero que assim continue. Por favor...

Um abraço para ambos! continuar lendo

Nojento!
Com uma justiça que sucumbe a cada dia, o Nobre Desembargador fica por aí "brincando" de agredir mulheres. Desrespeito que deve ser combatido pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
Lamentável esse machismo enraizado na sociedade. continuar lendo

Assisti o vídeo. Meu silêncio será eloquente. continuar lendo