Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
26 de Abril de 2024

“Nós somos os prisioneiros, enquanto ele tem vida normal”, diz advogada agredida por ex

Publicado por DR. ADEvogado
há 5 anos


O jovem de 22 anos, acusado de agredir a advogada Ana Cristina Rossi, 26, com um soco no rosto durante uma festa em Florianópolis, teve a audiência de instrução e julgamento marcada para 3 de outubro na Capital.

Hyuri Sérgio Duarte foi namorado da vítima por um ano e dois meses e não aceitava o término do relacionamento. O rapaz agrediu Ana Cristina e o atual companheiro ao vê-los juntos, em dezembro de 2018.

A acusação foi registrada pela vítima em 31 de dezembro, um dia após o ocorrido. Com base na Lei Maria da Penha, a Justiça expediu medida protetiva com caráter de urgência, impedindo o acusado de se aproximar de Ana e seus familiares a uma distância mínima de 800 metros.

O mandado ainda impede o contato de Hyuri por qualquer meio de comunicação, inclusive telefônica.

Mesmo com a determinação judicial, o acusado teria tentado se aproximar de Ana Cristina ao vê-la em uma festa de casamento, em julho deste ano.

“Eu estava com minha família e amigos na Armação, quando ele apareceu. Por conta da medida, ele não veio até nós, mas parece ter feito isso para nos intimidar de alguma forma”, contou a jovem.

A advogada, que reside atualmente em São Paulo com o namorado, afirma que o casal se mudou por medo de novas aproximações.

“O que desgasta e assusta é saber que somos nós os prisioneiros enquanto ele tem uma vida normal, continua saindo e curtindo”, desabafou.

Segundo a vítima, o atual companheiro chegou a ficar três meses sem trabalhar e sem voltar à Florianópolis nem mesmo para visitar os filhos, com medo de novas aproximações.

“Estamos batalhando para nos recuperarmos do prejuízo emocional e financeiro, que foi e tem sido muito alto”, afirmou a vítima.


Dez meses para audiência decisiva

O advogado de Ana Cristina, André Lozano Andrade, explica que o prazo, apesar de longo, ainda está dentro do previsto.

“Se observarmos o histórico no Brasil, em que alguns processos chegavam a demorar décadas para serem julgados, o prazo é relativamente rápido”, destacou.

Segundo o profissional, foram feitos, no prazo de nove meses, audições com testemunhas na delegacia e exames de corpo de delito nas vítimas.

“Os exames demoram um pouco mais, a fim de classificar a lesão como leve ou grave. A questão temporal ocorre pois é preciso constatar se as agressões causaram consequências mais graves”, explica.

A resposta em liberdade por parte do acusado também está em conformidade com a legislação, mesmo que Hyuri tenha confessado as agressões em um primeiro depoimento.

“Confissão não é o único meio de prova. Há casos em que uma pessoa pode assumir a culpa por outra, por isso a confissão não determina prisão”, completou o advogado.

Segundo Andrade, o réu alega que reagiu em legítima defesa. Porém, há no processo o testemunho de outras pessoas que presenciaram o fato.

“Em amparo da vítima, citaremos as consequências da agressão e o cometimento do crime por motivo torpe (machismo), mas sem desconsiderar que as garantias do acusado também sejam respeitadas”, concluiu.


Contraponto

À época da agressão, a equipe do ND+ entrou em contato com Hyuri, mas ele não comentou o assunto com detalhes, afirmando apenas que o relato da ex-companheira “não era verídico”.

Sobre os ferimentos nas vítimas, o suspeito havia confirmado que as agressões ocorreram. Na ocasião, o rapaz disse que tinha conhecimento da medida protetiva e que não iria mais procurá-la.

A reportagem não conseguiu novo contato com o acusado e nem com o seu defensor. O processo corre em segredo de Justiça.


Entenda o caso

As agressões ocorreram durante uma festa no dia 30 de dezembro, no Sul da Ilha. Ana Cristina estava acompanhada do atual namorado, de amigos e familiares.

O ex-namorado teria seguido a vítima até o local da festa – ocasião em que presenciou que Ana Cristina estava acompanhada de outro rapaz. Hyuri teria surgido de repente e intimidado a jovem.

A mulher foi atingida com um soco. Já o atual companheiro dela foi empurrado e caiu de uma altura de aproximadamente três metros. O homem foi internado no hospital com ferimentos graves.

Ana Cristina contou que havia terminado o relacionamento com Hyuri por conta do “ciúmes doentio” dele.

“Por eu ter impedido de vasculhar meu celular, ele me ameaçou e chutou a porta de um hotel, durante uma viagem ao Nordeste”.

Nos meses seguintes, conta a vítima, o ex voltou a importuná-la por telefone. “Eu o bloqueei dos meus contatos, mas ele trocava de telefone e mandava recados prometendo que iria mudar de comportamento”, disse a jovem.

Apesar de traumática, a situação acabou encorajando outras mulheres a denunciarem casos de perseguição e agressão por parte de ex-companheiros.

“Quando divulguei o caso em uma rede social, muita gente me procurou para dizer que passaram por situações parecidas. Foi um momento muito triste, mas, ao mesmo tempo, me senti porta-voz de outras mulheres que nunca tiveram coragem de pedir ajuda”, declarou.

Com a proximidade da audiência judicial, Ana Cristina espera que a justiça seja feita. “Acho que se houver uma sentença justa, as coisas irão se acalmar naturalmente, para mim e meu namorado”, espera.

(Por: Mônica Andrade / Fonte: ndmais.com.br)


Conheça também o nosso INSTAGRAM e tenha acesso ao nosso conteúdo de Humor Jurídico!

Mega Combo de Petições - 14 x 1 - Exclusão do ICMS, Revisão da Vida Toda, Previdenciário, Bancário, Penal, Cível, Tributário e muito mais...

Petições de Trânsito 2019 - O melhor custo benefício em Petições de Trânsito do Mercado + 4 Bônus Exclusivos

Cronograma 30 Dias para Aprovação na OAB - O melhor custo benefício em Planejamento de Estudo do Mercado

  • Sobre o autor🔥 Uma pitada ácida de informações jurídicas para o seu dia!
  • Publicações1705
  • Seguidores908
Detalhes da publicação
  • Tipo do documentoNotícia
  • Visualizações644
De onde vêm as informações do Jusbrasil?
Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/nos-somos-os-prisioneiros-enquanto-ele-tem-vida-normal-diz-advogada-agredida-por-ex/753544815

1 Comentário

Faça um comentário construtivo para esse documento.

Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)

Houve um tempo em que os homens assediavam as mulheres, namoravam (ou "ficavam"), se satisfaziam sexualmente, casavam, tinha filhos e eram felizes. Agora, os homens agridem mulheres rotineiramente. O que será que mudou ? continuar lendo